parto do pressuposto que não pagas imposto por cada frase que ladras
o pessoal esconde o rosto com a palma da mão sempre que te entalas
sobrevalorizam-te a passo que arriscam um marco de desilusão nesta arte

e parece que têm medo de enfrentar-te.

repetitiva e não-persuasiva, a tua lírica inspira

mas só àqueles que nunca ouviram a criativa, explosiva e coesiva.
falo dos mais variados temas e problemas com coerência
estou nisto há menos tempo que tu mas já ultrapassei essa inocência


não preciso de gravar nem masterizar num estúdio inventado à pressão.
através da tinta que emana a sensação que corre nas minhas veias e coração,

descubro o caminho, a estrada e a solução,
escrevo para evoluir e sou peregrino em busca da salvação


já tive tempos em que não encontrava significado ao que escrevia,
chama-lhe cliché mas não sabia concretizar aquilo que queria.
as palavras não eram robustas, apenas um pouco brutas quando queria que fossem suaves

mas não deitei nada a perder e continuei em busca de acabar com todos os entraves

um gajo é teimoso porque não sabe o quanto tem de aprender,

julgamos-nos reis do mundo até percebermos que nos acabamos de arrepender.
procura inspiração na literatura, nos poemas que falam de amargura,
procura inspiração na musa que é a música, a passo que a conheces melhor e a sua vertente lúdica


nas estrofes procuro ser auto-didata, influenciado por vária arte da qual não sei a data
como diz a Florbela, longe destas linhas, ermos são os caminhos

com certeza inspirou fadistas como a Carminho.
temos de ser uma caixa aberta, repleta de magia, conhecimento e muito discernimento.